No tempo em que vivemos, as pessoas são, cada vez mais, vistas em sua totalidade. Da educação básica ao mercado de trabalho, os aspectos psicológicos, sociais e emocionais de cada um vêm sendo considerados parte fundamental da experiência de vida.
Dessa maneira, os processos pedagógicos dos quais os educadores fazem uso na relação ensino-aprendizagem consideram os indivíduos a partir de um conjunto diverso de valores.
Por isso, é essencial aplicar as competências socioemocionais na BNCC (Base Nacional Comum Curricular) tanto nas propostas pedagógicas, como no cotidiano escolar.
A seguir você confere um trecho do ebook “Guia prático de aplicação das competências socioemocionais da BNCC”, um material que ensina passo a passo o que é a BNCC e o que ela orienta para educação infantil, detalha cada uma das competências socioemocinais previstas pelo documento e sugere atividades práticas para trabalhar essas competências em sala de aula. Baixe o seu gratuitamente!
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1. O que é a BNCC na educação infantil?
A Base Nacional Comum Curricular é um documento elaborado pelo Ministério da Educação (MEC), de caráter normativo, cujo objetivo é nortear os elementos essenciais de aprendizagem que todos os alunos precisam desenvolver ao longo da trajetória escolar.
Como definido na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB, Lei nº 9.394/1996), a BNCC deve ser usada para orientar os currículos e propostas pedagógicas das escolas públicas e privadas do Brasil, desde a Educação Infantil até o Ensino Médio.
O documento designa os conhecimentos, habilidades e competências que se espera que sejam desenvolvidos pelos alunos. Ele é orientado pelos princípios éticos, políticos e estéticos das Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica, que visam guiar o ensino brasileiro para uma formação humana integral, construtora de uma sociedade democrática, justa e inclusiva.
A nova BNCC foi aprovada no final de 2017 e começa a ser implantada em 2019. Ela visa tornar a educação básica brasileira mais igualitária. Nesse sentido, as crianças de todo o país terão o direito de aprender os conteúdos pragmáticos da grade curricular e, ao mesmo tempo, desenvolver habilidades socioemocionais.
1.1. O que a BNCC orienta?
De maneira geral, o documento demonstra, detalhadamente, os conteúdos que devem ser abordados em sala de aula por professores do ensino infantil, fundamental e médio, bem como as propostas pedagógicas inclusivas que podem ser adotadas pelos estabelecimentos de ensino.
Vale ressaltar que o guia não propõe um currículo unificado, garantindo a autonomia dos estados e municípios em relação à diversidade cultural e às desigualdades sociais, que demandam abordagens diferenciadas e adequadas à cada situação.
A nova Base, por sua vez, apresenta um novo conceito: as competências que deverão ser dominadas pelos alunos ao longo dos anos escolares. A partir daí, entre as metas de aprendizagem estarão incluídas as competências socioemocionais, consideradas fundamentais para o convívio e assimilação do indivíduo nos dias atuais.
1.2. Qual a importância de incluir as competências socioemocionais na BNCC?
Essas habilidades, que focam em aptidões não cognitivas, ganharam reconhecimento nos últimos anos devido à percepção de que, quando os alunos aprendem a administrar as próprias emoções, é possível notar um impacto positivo na maneira como absorvem o conteúdo. E isso pode influenciar a vida como um todo.
Dessa maneira, dar o devido espaço a elas, focando em “educar as emoções” no ambiente escolar através das competências socioemocionais na BNCC é essencial para desenvolver o pensamento autônomo de crianças e adolescentes, podendo reduzir casos de indisciplina e melhorar os índices de aprendizagem.
De acordo com a BNCC, estudantes precisam ser capazes de:
- aprender a agir, progressivamente, com autonomia emocional, respeitando e expressando sentimentos e emoções;
- atuar em grupo de maneira funcional e se mostrar apto a construir novas relações, com respeito à diversidade e se mostrando solidário ao outro;
- saber quais são e acatar as regras de convívio social.
Segundo a Base, as crianças que aprendem essas competências socioemocionais vão crescer tendo consciência de quem são, dos pontos fortes que têm para contribuir com a sociedade e de como podem trabalhar para desenvolver essas áreas.
A partir dessa mentalidade inclusiva, é possível engajar os alunos em sala de aula e mostrá-los a importância do próprio aprendizado, sabendo que cada pessoa tem um potencial a ser explorado.
2. O que são competências socioemocionais?
Ansiedade, estresse, insegurança, dificuldade de concentração e falta de inteligência emocional são conceitos que não combinam com aprendizagem. No entanto, eles estão presentes entre a maioria dos estudantes brasileiros. Inevitavelmente, essas emoções interferem negativamente nas práticas pedagógicas e prejudicam o desenvolvimento intelectual dos jovens.
É para reverter esse quadro que as competências socioemocionais na BNCC ganharam destaque nas discussões sobre educação infantil. Afinal, é preciso ensinar crianças e adolescentes a selecionarem informações, processá-las com senso crítico, tomar decisões, resolver problemas de maneira criativa, lidar com as emoções e trabalhar em equipe harmoniosamente.
Essas necessidades são uma consequência natural de um mundo globalizado e cada vez mais tecnológico. Por isso, é de grande importância que a comunidade escolar — professores, gestores e familiares — esteja atenta a essas transições e se adapte a elas para que possamos formar adultos mais cientes de suas emoções e aptos a encarar as surpresas da vida com sagacidade.
Nesse sentido, as competências socioemocionais estão presentes na BNCC para guiar o aprendizado prático de crianças e jovens em relação às atitudes e habilidades de uso cotidiano no convívio em sociedade.
De maneira geral, quem aprende a gerenciar suas emoções ainda na infância tem mais “bagagem” para alcançar seus objetivos ao longo da vida, demonstrar empatia pelo outro, criar e manter relações sociais positivas, tomar boas decisões etc. Ou seja, desenvolver competências socioemocionais é uma ação que beneficia a vida.
2.1. Quais os principais campos das competências socioemocionais?
Sabemos, portanto, que a nova BNCC preconiza a aplicação dessas habilidades na educação desde o ensino infantil. Mas, afinal, o que são elas? O termo socioemocional está ligado ao grupo de práticas sociais e inteligência emocional que guia a relação de uma pessoa com o mundo à sua volta.
Na perspectiva educacional, as competências socioemocionais têm o objetivo de desenvolver atitudes e comportamentos nos alunos capazes de fazê-los lidar, de maneira eficaz e ética, com os desafios e situações cotidianas.
Elas cobrem, basicamente, 5 campos principais. Veja quais são a seguir!
2.1.1. Autoconhecimento
Trata-se da capacidade de reconhecer, cautelosamente, as próprias emoções, pensamentos e valores, sabendo identificar a influência disso em nosso comportamento. Ou seja, é ter a sagacidade de olhar para as próprias atitudes, avaliar seus pontos fortes e fracos, desenvolver um senso de confiança autônomo e fomentar o próprio crescimento pessoal.
Resumidamente, o campo do autoconhecimento engloba:
- a autopercepção;
- a identificação das emoções;
- a autoavaliação (reconhecer pontos fortes e fracos);
- a autoconfiança;
- a autoeficácia.
2.1.2. Autocontrole
É a perspicácia de ter controle sobre as próprias emoções, comportamentos e pensamentos diante das mais diversas situações.
O campo do autocontrole abarca:
- o controle dos impulsos;
- a gestão do estresse;
- a autodisciplina;
- a automotivação;
- a definição de metas;
- o planejamento;
- a organização.
2.1.3. Consciência social
A pessoa que tem consciência social pratica a empatia e é capaz de se colocar na perspectiva do outro, independentemente da origem, cultura ou valores. A partir dessa competência, é possível compreender normas sociais e princípios que levam a certos comportamentos, bem como a reconhecer os apoios e recursos da família, escola e comunidade.
De maneira sucinta, este campo envolve:
- a tomada de perspectiva;
- a empatia;
- o reconhecimento da diversidade;
- o respeito pelos outros;
- o compromisso social.
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